Uma reflexão sobre as artes

Luciano Motta

{ Palavra que compartilhei na reunião do Dia de Oração e Jejum pelo Brasil em 14 de julho de 2013 }

Falar de arte é falar do próprio Deus – o Criador. O mundo é uma obra de arte incomparável. Nós somos a coroa de Sua criação.

Fomos criados à Sua imagem e semelhança – somos seres criativos. Ao longo da história, o homem vem criando e aprimorando suas invenções e obras.

Literatura, música, dança, pintura, teatro, cinema, fotografia, arquitetura – todas as expressões artísticas nasceram do coração de Deus e todas devem se converter a Ele.

O drama moderno nasceu como forma de evangelismo. Peças de teatro medieval ensinavam as Escrituras para um público que não sabia ler. A moral e os bons costumes eram assim transmitidos de uma geração a outra. A cultura popular (folclore) era perpetuada pela arte de contar histórias e pelas pinturas e vitrais das igrejas medievais. O mundo era rígido, de estruturas hierárquicas fixas: nobreza, clero e povo; um Deus, um papa, um imperador, uma verdade; uma língua oficial: o latim.

A partir do século XIII, com a expansão do comércio e das cidades, uma nova atitude crítica põe em xeque os dogmas religiosos e diminui a influência da igreja: o HUMANISMO. O homem é o centro: A única vida que existe e importa é a vida neste mundo. Deve-se então prestar atenção a ela, tentar compreendê-la e aprender a aproveitá-la.

Nos séculos XV e XVI, sob a influência desse pensamento antropocêntrico, uma renovação social, cultural, artística, literária, científica e econômica se processa na Europa e se alastra pelo mundo: o RENASCIMENTO. O homem deve progredir. Não cabe mais a vida estática medieval. Hedonismo renascentista: CARPE DIEM – a busca do prazer é um dever; a vida é breve.

Desde então, até os nossos dias, vem ocorrendo a desconstrução dos valores morais e éticos presentes nas Escrituras. Fala-se até em uma era “pós-cristã” – Se no Éden o homem deu as costas para Deus, hoje vive como se sequer existisse um Deus.

Para um público que não sabe ler o mundo – que não discerne os tempos – as artes HOJE têm doutrinado as pessoas segundo princípios e valores malignos. Tudo tem se voltado para uma coisa: ENTRETENIMENTO. Até mesmo os esportes são tratados como “espetáculos”. Muitas igrejas assimilaram esse conceito e se tornaram “casas de shows” que exaltam a performance de músicos, cantores e pregadores. A música e a literatura gospel também se dobraram a isso.

O que rege o entretenimento (e o mundo) é o dinheiro. Os livros mais vendidos são manuais de autoajuda e meditações espiritualizantes de escritores que não temem a Deus. A sensualidade da música e da dança aumenta a cada ano, conduzindo milhares de pessoas a uma vida de promiscuidade e morte. A pornografia começou a ser tratada como arte e, aos poucos, aparecem filmes de grande orçamento, com artistas de primeira linha em seus papéis.

Ao mesmo tempo, há um enorme VAZIO – críticos de arte e de cultura defendem que vivemos o século da reciclagem, em que tudo já foi feito. Muitos artistas estão em busca de algo verdadeiramente novo que possa “estourar” e fazer muito dinheiro.

É URGENTE que Deus levante artistas segundo o Seu coração – músicos, escritores, dançarinos e coreógrafos, pintores, escultores, atores e atrizes, diretores de filmes e de teatro, compositores e autores, roteiristas.

É URGENTE que cristãos que entrem nessa área de influência e permitam que a Luz de Cristo brilhe em tão densas trevas, com uma arte que ao mesmo tempo comunica a essa geração e impacta a sociedade com os valores do Reino. Artistas que defendam a integridade e zelem pela verdade das Escrituras com a sua arte.

Artistas não devotos ao dinheiro, às riquezas, ao status vazio das celebridades, mas devotos a Deus – eles sabem que quem os sustenta é Deus, por isso dedicam todos os esforços para que a arte seja inteiramente para a glória Dele.

Artistas preenchidos, saturados pelo Amor de Deus, não encantados pelas luzes e pela fama, mas fascinados por Ele.

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